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Clássico da Poesia - Parte I - Livro III - Odes 30 a 32

Manada de cavalos sendo tocada na Mongólia

Este é o nono post de uma série com a tradução dos 305 poemas do Clássico da Poesia (ou Livro das Odes/Canções), a mais antiga coleção de poemas da China.

Como não entendo quase nada de mandarim, as traduções serão feitas a partir da clássica versão em inglês com a qual nos brindou James Legge.

Os 3 poemas a seguir são do Livro III, da primeira parte da obra.

Parte I

Lições dos Estados


Livro III

Odes de Bei



30. Zhong Feng


Chuang Chiang lamenta o tratamento desdenhoso que recebeu do marido


O vento sopra e é feroz,
Ele olha para mim e sorri
Com palavras de desprezo e dissoluto -- o sorriso de orgulho.
No fundo do meu coração eu estou aflita.

O vento sopra com nuvens de poeira.
Gentilmente, ele parece estar disposto a vir a mim;
[Mas] ele não vai nem vem.
Muito, muito tempo, eu penso nele.

O vento soprou e o céu estava nublado.
Antes que um dia passe, está nublado novamente.
Eu acordo, e não consigo dormir;
Penso nele e arquejo.


31. Ji Gu


Soldados de Wei lamentam sua separação de suas famílias e antecipam que será definitiva


Ouça o rufar de nossos tambores!
Veja como saltamos a esmo, usando nossas armas!
Aqueles fazem o trabalho de campo no Estado, ou fortificam Cao,
Enquanto sozinhos marchamos para o sul.

Seguimos Sun Tzu-chung,
A paz tendo sido feita com Chen e Song;
[Mas] ele não nos conduziu de volta
E nossos corações aflitos estão muito tristes.

Aqui nós ficamos, aqui paramos;
Aqui nós perdemos nossos cavalos
E procuramos por eles
Entre as árvores da floresta.

Para a vida ou para a morte, porém separados,
Para nossas esposas nós empenhamos a nossa palavra.
Nós seguramos suas mãos;
Estávamos a envelhecer junto com elas.

Ai de nós por nossa separação!
Sem nenhuma perspectiva de vida.
Ai de nós por nossa condição!
Nós não podemos melhorá-la.


32. Kai Feng


Sete filhos de alguma família em Wei se culpam pela infelicidade incessante de sua mãe


O vento afável do sul
Sopra no coração daquela açofeifeira
Até aquele coração parecer terno e belo.
Que labuta e dor nossa mãe suportou!

O vento afável do sul
Sopra sobre os galhos daquela açofeifeira.
Nossa mãe é sábia e bondosa,
Mas entre nós não há ninguém bondoso.

Há a primavera fria
Abaixo da cidade de Jun.
Somos sete filhos
E nossa mãe está cheia de dor e sofrimento.

Os belos pássaros amarelos
Ressoam suas notas agradáveis.
Somos sete filhos
E não podemos compor o coração de nossa mãe.


Índice e últimos poemas já publicados



É isso aí. Zái Jiàn!



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