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Caricatura do rei Leônidas de Esparta, furioso empunhando sua espada por Mário Alberto

Há algumas semanas publiquei aqui a primeira parte da história da provável província natal de Sun Tzu, a antiga Qi, com base nas informações disponíveis no site China Knowledge.

Vamos continuar a conhecer essa história, começando ali pelo ano 546 AEC, mas a partir de agora com as informações dos Anais da Primavera e Outono, disponíveis no site Traditions of Exemplary Women, da Universidade de Virginia.

No post citado, tínhamos chegado ao momento em que Qing Feng começa a reinar absoluto como principal ministro do regente de Qi e, por conta disso, seu poder aumenta a ponto de incomodar outros poderosos.

Nesse contexto, em 546 AEC, Qi teve uma breve querela com Wey em suas fronteiras do leste e perdeu 300 homens de uma guarnição antes de conseguir prender o comandante do ataque, Zhi Chuo.

A guarnição tinha sido enviada por Jin, devido à intervenção de um cabra chamado Sun Linfu - ainda não descobri a exata natureza da relação dele com Qi.

Naturalmente, não demorou muito para Jin e seus aliados armarem uma punição a Wey pelo ataque a Qi.

Em uma reuniãozinha básica, redefiniram as fronteiras das terras de Qi e tomaram 60 vilas pertencentes a Yishi, dando-as a Linfu.

Pouco depois, o marquês de Wey foi preso e o marquês de Qi, junto com o conde de Zheng, foi a Jin para assuntar sobre isso - e parece que a favor do prisioneiro.
Aparentemente eles não sabiam sobre as razões pelas quais o regente de Wey havia sido preso, o que me leva a deduzir que Sun Linfu (que parece ter atuado como pivô do conflito) seria aquele tipo de pessoa que pensa somente no "venha a nós" e deixa pra lá o "vosso reino".

Linfu à parte, por conta inclusive de um pequeno agrado (uma princesa de Wey) o marquês de Jin acabou por liberar o prisioneiro.

Ainda em 546 AEC, no verão desse ano, uma figura de Qi agitou a região, fugindo para Jin e, ao mesmo tempo, fazendo mais ou menos o que a Filha da Tormenta Daennerys Tagaryen fez ali pelas Terras do Mar de Verão: saqueando e tomando de conta de várias cidades.

Jin, como toda poderosa da época, resolveu a parada mandando um fulano chamado Xu Liangdai lidar com o saqueador de cidades, Wu Yu - que não me parece tratar do mesmo Tian Wuyu (conhecido como Huanzi), a quem estamos assumindo ser o pai de Sun Tzu, você sabe, o autor d'A Arte da Guerra.

A conclusão dessa história bem ilustra o uso da inteligência, da estratégia, sobre a força (vencer sem desembainhar a espada, lembra?), mas não vou entrar nesse detalhe agora (talvez em outro post). Agora vamos continuar nossa história, com o quase famigerado

Qing Feng

Ali pela primavera do ano de 545 AEC, pouco tempo depois de se tornar o rei da cocada preta, Feng é enviado a Lu em uma missão diplomática para apresentar seu novo regente, Jing (que já assumira o comando de Qi há cerca de dois anos, em 547 AEC).

Lá chegando, é criticado (sem saber) por Mengsun e Shusun, que ficara a cargo de prover entretenimento ao ilustre convidado.
A crítica foi devido ao fato de Feng aparentemente ser vaidoso, possuindo uma carruagem e roupas que não lhe conviriam.

Não muito tempo depois, um figurão de Song chamado Xiang Xu (um dos participantes do encontro citado acima que redefiniu as fronteiras de Qi), articulou com Jin e Chu o fim das guerras que assolavam o Reino do Meio.

Essas províncias concordaram em tentar acabar com os conflitos bélicos, mas alguém em Qi tratou de dificultar as coisas, forçando uma intervenção de Tian (Xufu) Wenzi, pai de Tian (Wuyu) Huanzi, avô de Tian (Kai) Wuzi -- isso mesmo, o Sun Tzu.

Wenzi disse:

Já que Jin e Chu concordaram, como podemos recusar? E os homens vão dizer que nos recusamos a sancionar o fim das guerras, o que irá certamente fazer o nosso povo descontente. Que utilidade terá para nós essa recusa?

Após esse brilhante discurso Qi concordou e, pouco tempo depois, entre o quinto e o sexto mês, Qing Feng foi enviado a Song para representar sua província na reunião que selaria o pacto.

Devido ao caráter agressivo e arrogante de Chu, no entanto, e também porque seu poder se igualava ao de Jin, a paz quase foi pro vinagre, e olha que Nang Wa não estava participando do evento.

Mas claro que isso é assunto pra outro momento.

Por enquanto vamos concluir este post informando sobre um personagem que ainda não havia aparecido, mas que pode vir a ter alguma participação especial no futuro: Shen Xianyu.

Não sei ainda porque, mas ele apareceu em Lu (você sabe, a terra natal de Confúcio) como fugitivo de Qi, por conta de alguma treta envolvendo Cui Zhu (que nós vimos morrer no post anterior).

No inverno de 545 AEC um oficial de Chu apareceu por lá e, como quem não quer nada, o convidou para trabalhar na província meridional. Aguardemos para ver o que acontece.

E por enquanto é isso.

Inté!

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Caricatura genial de Gerard Butler como Leônidas de Esparta criada por Mário Alberto.

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