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A personagem Daenerys Targaryen, de Game of Thrones, e um de seus dragões, pintados por Daniel Moreira
<< Dani Targaryen e um de seus pets -- arte de Daniel Moreira via Daniel Artwork >> 

Você que acompanha o blog desde o início deve ter percebido que eu faço muitas associações entre o que diz Sun Tzu e o que vejo por aí (principalmente) em livros, filmes e séries de TV. Exemplos disso podem ser vistos aqui e aqui.

É provável também que tenha percebido uma "quase" obsessão com a saga das Crônicas de Gelo e Fogo (A Song of Ice and Fire), mais conhecida no Brasil pelo nome que recebeu a série de TV: Game of Thrones (Jogo dos Tronos).

Obviamente que esta presença marcante não é mero acaso.

Os livros, muito bem escritos, contam uma história de poder ambientada num mundo fictício, com muitos elementos medievais e outros tantos que parecem saídos diretamente das páginas de As Mil e Uma Noites. As personagens são maravilhosamente bem construídas e a trama é de tirar o fôlego.

Quando me perguntam como é essa história, costumo dizer sem floreios que se trata de O Senhor dos Anéis para gente grande.

A adaptação para a TV é muito bem produzida e possui um nível de fidelidade aos livros sem precedentes. Claro, adaptação é adaptação e há alguns ajustes em e relação aos livros, mas nada que deixe os fãs (muito) revoltados.

Mas o que explica mesmo as aparições frequentes da estória e personagens de George Martin no blog são as situações que, quando não se encaixam como uma luva nos preceitos d'A Arte da Guerra,  tem tudo a ver com o que dizia o não menos maquiavélico Nicolau.
Ou, melhor ainda, com as ideias de ambos ao mesmo tempo, do italiano e do chinês. E é aqui que chegamos ao ponto central deste post, no caso, as já famosas circunstâncias.

Mongois, dragões e uma loira fogosa

Daennerys Targaryen é, até o momento, uma das principais personagens da estória e tem por meta, assim como outras personagens importantes, ascender ao trono de Westeros.

Naturalmente, sua aspiração é mais do que legítima, já que estamos falando de ninguém menos que a filha do rei louco (e morto) de quem o trono fora usurpado; e já que também seu irmão mais velho, Viserys, fica um tanto quanto impossibilitado de exercer a prerrogativa que seria sua por direito.

Acontece que, até o presente momento, as circunstâncias não permitem que ela avance em direção ao que lhe pertence. Ora, para Sun Tzu, esse negócio de circunstâncias e uma moeda de duas faces são a mesma coisa.

Digo, ao mesmo tempo em que é necessário estar preparado para se adequar às circunstâncias -- e isso Daennerys tem feito com bastante jogo de cintura -- também se deve buscar criar as circunstâncias de que se precisa para alcançar o objeto de desejo. E é disso que estamos falando neste exato momento.

No início da sua "carreira", a mocinha era um tanto quanto inocente, mas após ser vendida como noiva pelo próprio irmão ao chefe de um clã "mongol", de se ver obrigada a aprender como agradá-lo na cama, acompanhar sua queda e ver a própria gravidez ir para o escambau, além de outras intempéries, foi perdendo a inocência e ganhando o jogo de cintura a que me referi ali em cima.
Não demorou muito e ela percebeu que deveria tomar as rédeas da própria vida, caso quisesse voltar a Westeros por cima da carne seca.

Com a ajuda de três animaizinhos de estimação, de um fiel cavaleiro e de meia dúzia de seguidores, avançou em seu plano pela via indireta (Sun Tzu também fala disso, mas fica para outro post, talvez). No lugar de retornar imediatamente para sua terra natal, aproveitou o limão que tinha e foi atrás de água suficiente para fazer uma puta limonada.

Aos poucos, fez novos aliados e inimigos, reafirmou velhas amizades, incorporou um exército altamente treinado à sua corte, pôs ao chão uma cidade-estado e libertou do jugo milhares de escravos.

Tudo isso do outro lado do mundo, enquanto apareciam zilhões de oportunidades de retornar ao seu querido, mas nunca conhecido, lar.

Ao final da terceira temporada da série, a menina prodígio está a ponto de conquistar mais uma cidade, já deixou muito figurão no meio do caminho e começa a chamar a atenção dos demais postulantes ao trono.

Coisas que, tivesse ela ignorado os ensinamentos da sabedoria militar chinesa, jamais teria alcançado, ficando longe, muito longe, da corrida maluca pelo comando supremo dos sete reinos.

Então #ficadica: adapte-se às circunstâncias, crie as suas próprias e não deixe de conferir As Crônicas de Gelo e Fogo (pra quem curte uma boa leitura) ou Game of Thrones (pra quem não desgruda da TV).

Dracarys!

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