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Manobras - Capítulo VII do livro A Arte da Guerra de Sun Tzu


Pondere a situação; depois mova-se.
Ilustração retratando uma antiga batalha chinesa, com cavalos, lanças e estandartes
<< Manobrar no campo de batalha é (também) se comunicar -- via China History Forum >> 

Assim como capítulos anteriores, e também como os próximos seis capítulos, de maneira geral, este capítulo VII d'A Arte da Guerra trata

  • da ação propriamente dita;
  • da "hora do pau", por assim dizer;
  • dos momentos decisivos no campo de batalha.

Seu título não deixa sobrar muita dúvida a esse respeito. E a primeira frase, logo após o já famoso "Sun Tzu disse", também diz a que veio o texto:

A regra geral é de que um exército é mobilizado quando um governante convoca o general para uma missão. Ele recebe suas ordens, reúne as tropas e as mobiliza no quartel. 

Ok, ok, ainda não é ação, mas já recebemos as ordens para nos prepararmos para ela, certo?

Então vem o tradicional desfile de indicações sobre o que deve ser feito a seguir. E aí sim já estamos a falar de ação, não sem antes sermos alertados de que

nada é mais difícil do que o combate armado

e talvez por isso mesmo seja dada atenção especial à arte de manobrar um exército.

Tanto assim que a expressão "lei das manobras" é utilizada em três momentos ao  longo do capítulo.

Sobre a lei das manobras

E o que diz essa lei?

Basicamente, que é necessário dominar a arte de se movimentar, de tal maneira que se possa aproveitar ao máximo as vantagens de dominar tempo e distância, bem como evitar de todas as maneiras os perigos de se realizarem manobras equivocadas.

É necessário saber

  • quando movimentar todo o exército ou apenas parte dele;
  • o quão rápido ou devagar movimentar-se; e até
  • discernir apropriadamente os períodos e duração de marchas.

Naturalmente, para bem manobrar os homens, três coisas são fundamentais:

  1. ter conhecimento do terreno;
  2. bem utilizar a arte do engodo; e
  3. mandar ver nos métodos de comunicação para o campo de batalha.

Esta última merece inclusive a referência, por parte de Sun Tzu, a trecho de um livro da época intitulado Livro da Ordem Militar.

Disse Sun Tzu:

Não se ouvem as palavras durante as batalhas, por isso existem os tambores e os gongos. É difícil enxergar os outros, por isso existem as bandeiras e os estandartes.
E você achando que aquelas bandeiras e estandartes no Game of Thrones eram só enfeites, hein!

Comunicação e propaganda na China antiga

Na verdade, além de servirem como veículo de propaganda mesmo (fixando visualmente a marca dos reis e senhores feudais na cabeça do populacho por onde quer que os exércitos passassem), elas serviam como um meio de comunicação crucial no calor das batalhas.

Como? Até agora faço muito pouca ideia, mas o bom e velho Sun Tzu nos dá algumas dicas valiosas:

Tambores, gongos, bandeiras e estandartes servem para concentrar a atenção das tropas. Com elas os corajosos não atacam sozinhos e nem os fracos fogem. Essa é a regra para dominar as tropas.

Em batalhas noturnas, use muitas fogueiras e tambores; em batalhas diurnas, use muitas bandeiras e estandartes. Desse modo, pode-se controlar a audição e a visão das tropas.
O cara prossegue a discorrer sobre a necessidade de controlar as energias, o coração, a força e as circunstâncias (sempre elas) e, por fim, nos brinda com mais um checklist, desta vez sobre situações relacionadas ao inimigo.
Ipsis literis:

  1. Se ele foge, não o persiga;
  2. Não ataque suas tropas de elite;
  3. Não prove de sua comida;
  4. Não detenha um exército de volta para casa;
  5. Deixe sempre uma saída de fuga;
  6. Não acosse um inimigo desesperado.

Já consigo entender alguns porquês deste checklist, mas também já escrevi demais e, em algum futuro post, certamente trataremos disso.

Hasta!

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