Da Arte de Manobrar as Tropas -- Capítulo IV do livro A Arte da Guerra de Sun Tzu
É pela disposição das forças que um general vitorioso é capaz de levar seus homens ao combate, soerguendo-se ao patamar de águas represadas que, súbito liberadas, mergulham num abismo incomensurável.
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Sun Tzu inicia o capítulo a discorrer sobre o quanto era importante aos guerreiros antigos (anteriores a seu tempo, fique claro) assegurem-se da vitória antes mesmo do início dos combates.
Isso, naturalmente, tem a ver com o Capítulo I, da Avaliação, que basicamente destaca a necessidade de planejamento.
Tem a ver, também, com uma de suas mais famosas frases de Sun Tzu :
Se você conhece o inimigo e a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas.
Mas, não necessariamente a partir daí, sentencia:
Conhecer os meios que asseguram a vitória não significa obtê-la.
A consequência tem a ver exatamente com o que chamei de A Arte de se Adaptar.
Quero dizer: planeje, calcule, reflita, pense e aja de acordo com seus planos, mas esteja preparado para alterá-los ao sabor das circunstâncias.
Conselhos mais ou menos práticos
Do alto de sua sabedoria, o general chega a quase vaticinar que o líder preveja quais serão as alterações nas circunstâncias (como se não existisse o caos, ou como se fosse possível prever o imprevisível)!No entanto, como o foco são as manobras em campo (tática?), ao se observar os movimentos inimigos (ou sua falta), poderia-se até dizer que tais previsões sejam possíveis.
Mesmo assim, tudo se baseia mesmo em vencer a batalha antes de iniciarem-se os combates -- e em função disso, o mestre elabora uma série de conselhos mais ou menos práticos, tais quais:
- não cometer erros, evitando sequer o menor deslize
- não fazer deslocamentos inúteis
- não permitir que as tropas mostrem uma confiança demasiado cega
- como se portar em situações de defesa e ataque
O general também elenca cinco elementos da arte da guerra:
- a medida do espaço -- que, obviamente, derivam do terreno
- a avaliação das quantidades -- necessárias de homens, mantimentos, etc, que derivam da medida do espaço
- as regras de cálculo -- basicamente dizem respeito a avaliar se o inimigo pode ou não ser atacado
- as comparações -- ele não explica isso, mas presume-se que tenha muito a ver com as regras de cálculo
- as chances de vitória -- fruto de tudo isso aí em cima
Navegar Planejar é (im)preciso
Nota-se que todas se fundamentam em, nada mais nada menos, que planejar.Grosso modo, constituem-se quase num passo a passo de um planejamento -- se não estratégico, pelo menos tático.
Com base nesses elementos seria possível tomar as melhores decisões em relação a quando e como atacar (ou não), mobilizar a população e recrutar as tropas, distribuir equitativamente provisões e munições, e por aí vai.
Sun Tzu encerra o capítulo, para variar um pouco, com mais uma de suas pérolas:
Só recolhe os louros da vitória quando a derrota completa do inimigo te colocar em condição de fazê-lo com segurança.
Ou esteja, como dizem os escoteiros, "sempre alerta".
Nos vemos no futuro!
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