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A guerra tem importância crucial para o Estado.
Tropas francesas abandonando Moscou -- Napoleons retreat from Moscow, de Adolf Northern (1828-1876)
<< Napoleão dia a Rússia com o rabo entre as pernas -- via Wikipedia >> 

Assim começa o primeiro capítulo do livro de Sun Tzu, "Da Avaliação". E continua discorrendo sobre fatores que merecem atenção do general para bem conduzir uma guerra, planejamento e conselhos genéricos (principalmente sobre os fatores citados).

Também introduz temas que serão mais detalhados em capítulos posteriores, como a dissimulação -- "toda campanha militar repousa na dissimulação" (só militar?).

Os 5 Fatores

Os fatores que Tzu considera essenciais para que "a glória e o sucesso acompanhem nossas armas", são:

  • a doutrina -- que "engendra a unidade de pensamento". Me parece ter muito a ver com a conquista dos "corações e mentes" do povo comandado (ou liderado);
  • o tempo -- aqui ele fala, um tanto quanto misteriosamente, em yin e yang, mas a ideia mesmo é levar em consideração os fatores climáticos (lembra da famigerada campanha de Napoleão na Rússia?);
  • o espaço -- a ideia, semelhante à do tempo, é levar em consideração o terreno, a geografia, para termos a noção "do que permanece e do que não cessa de fluir";
  • o comando -- aqui, ele se refere a "virtudes necessárias que devemos adquirir a qualquer preço": equidade, amor pelos subordinados e pela humanidade em geral, conhecimento de todos os recursos, coragem, determinação e rigor;
  • a disciplina -- neste quesito, além de destacar a disciplina militar propriamente dita, Tzu também dá muita ênfase a se conhecer, exata e detalhadamente, todos os fatores que podem intervir.

Além disso, o capítulo nos oferece verdadeiras pérolas que demonstram porque este livro não apenas sobreviveu até os dias atuais, mas continua influenciando os pensamentos militar, político e até corporativo.

Dissimulação

A parte dedicada a dissimulação não apenas parece descrever as danças político-partidárias de qualquer país do mundo atualmente, mas também poderiam muito bem ter influenciado (por que não?) o pensamento do próprio Maquiavel -- exageros a parte:

Haverá ocasiões em que te rebaixarás, e outras em que simularás medo. Finge ser fraco, a fim de que teus inimigos, abrindo a porta para a presunção e para o orgulho, venham atacar-te em hora errada, ou sejam surpreendidos e derrotados vergonhosamente.
Jamais deixes de oferecer um engodo ao inimigo, para ludibriá-lo.
Em tempo:
Muito lentamente estou avançando na leitura de A Arte da Guerra. Neste momento estou no capítulo VI, "Do Cheio e Do Vazio".

Espero ter terminado ainda no início de novembro. Mas antes disso voltarei com minhas observações, pelo menos, sobre o capítulo II, "Do Comando da Guerra".

Apenas a título informativo, a tradução que estou lendo e que está servindo de base para estes comentários é da Sueli Barros Cassal, feita a partir do original francês do Padre Amiot, 1772.

Veja também:

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